sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Arquitetura Moderna

O Modernismo foi um movimento artístico e cultural que se iniciou na Europa e começou a ter seus ideais difundidos no Brasil a partir da primeira década do século XX, através de manifestos de vanguarda, principalmente em São Paulo. Os arquitetos modernistas buscavam o racionalismo e funcionalismo em seus projetos, sendo que as obras deste estilo apresentavam como características comuns formas geométricas definidas, sem ornamentos; separação entre estrutura e vedação. A primeira obra moderna de repercussão nacional foi o prédio do Ministério da Educação e Saúde  MÊS, cujo projeto foi realizado em 1936, no governo de Getúlio Vargas, por uma equipe de arquitetos: Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos, liderados por Lúcio Costa.

A imagem de modernidade e progresso que o prédio do Ministério representava estava também vinculada aos ideais de inovação pretendidos pelo Estado Novos regime político autoritário que vigorou até 1945, quando da deposição de Vargas.







http://pt.scribd.com/doc/49806116/Arquitetura-Moderna-Brasileira

Falar em arquitetura moderna sem citar a cidade de Brasília é um lapso imperdoável. A cidade é a síntese de tal movimento e em sua concepção se encontram todos os princípios que norteiam os ideais de uma cidade moderna. Não somente na arquitetura de seus edifícios, mas também em sua organização espacial. Desde 1987 a cidade tornou-se Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, título concedido pela UNESCO, exatamente por ser um ícone da arquitetura moderna. Recebe a influência direta do movimento moderno europeu e mais especificamente de Le Corbusier. Aqui no Brasil encontramos influencias de Oscar Niemeyer.


Em Brasília
Distrito Federal – NOVACAP
Torre de Televisão e Jardim do Eixo Monumental
Projeto do Prof. Lúcio Costa
Conclusão da Base, Montagem da Estrutura Siderúrgica Nacional
E Ajardinamento Realizado em 1965 e 1966.
Presidente da República
Mal. Humberto de Alencar Castello Branco
Prefeito do Distrito Federal
ENG° Plínio Cantanhede
Superintendente da NOVACAP
ENG° Jose Luiz Pinto Coelho de Oliveira
Brasília 9 de Março de 1967.


Foto  19/06/2011  11h03 min




O Eixo Monumental é uma área aberta no centro de Brasília onde se situa a Esplanada dos Ministérios. O gramado retangular da área é cercado por duas amplas pistas, que formam a principal avenida da cidade, onde muitos edifícios públicos, monumentos e memoriais estão localizados. 






























Foto 19/06/2011  11h18 min

Biblioteca nacional de Brasília 


















Foto 19/06/2011  11h03 min

Fonte Luminosa da Torre de TV - Revitalização com patrocínio  da Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras S.A
Brasília setembro de 2010


















Foto 19/06/2011  11h31min

O Engenho Colonial (Noemi)

Engenho Uruaé (Goiana e Condado)

O engenho, a grande propriedade produtora de açúcar, era constituído,
basicamente, por dois grandes setores: o agrícola - formado pelos
canaviais -, e o de beneficiamento - a casa-do-engenho, onde a
cana-de-açúcar era transformada em açúcar e aguardente.
No engenho havia várias construções: a casa-grande, moradia do senhor
e de sua família; a senzala, habitação dos escravos; a capela; e a
casa do engenho.


Antiga casa do engenho de Cruzeiro – Ceará

Canaviais, pastagens e lavoura de subsistência formavam as terras do engenho. Na lavoura destacava-se o cultivo da mandioca, do milho, do arroz e do feijão. Tais produtos eram cultivados para servir de alimento. Mas sua produção insuficiente não atendia às necessidades da população do engenho. Isto porque os senhores não se interessavam pelo cultivo. Consideravam os produtos de baixa lucratividade e prejudiciais ao espaço da lavoura açucareira, centro dos interesses da colonização. As demais atividades eram deixadas num segundo plano, ocasionando grande falta de alimentos e alta dos preços. Esse problema não atingia os senhores, que importavam os produtos da Europa para sua alimentação.

Pintura em que Debret relata a punição, à um escravo.
Pintura de Debret, relata os escravos em um caminho em direção à senzala

Imagem
em que Debret relata a Casa de Engenho

A parte das terras do engenho destinada ao cultivo da cana - o canavial - era dividida em partidos, explorados ou não pelo proprietário. As terras não exploradas pelo senhor do engenho eram cedidas aos lavradores, obrigados a moer sua cana no engenho do proprietário, entregando-lhe a metade de sua produção, além de pagar o aluguel da terra usada (10% da produção).
OBSERVAÇÃO: Professor postei pelo login do Cleber pois não consegui abrir o convite. Noemi

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

VITRAIS DO MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO


Nos vitrais, a pintura complementa o colorido dos vidros, serve para a criação de sombras e tonalidades, para o aprimoramento das formas, para a modulação da luz. A arte do vitral desenvolveu-se enormemente durante o período medieval, momento em que, com a afirmação do gótico como expressão da arquitetura, as composições de vidros coloridos passaram a vedar grandes superfícies das igrejas e, além das funções decorativas, ganharam funções pedagógicas, ensinando aos fiéis, por meio de imagens, a vida de Cristo, dos Santos e passagens da Bíblia.
Entre os séculos XIV e XVI, os vitrais passaram a ser utilizados como formas de iluminação dos ambientes e a pintura dos vidros adotou a perspectiva, o que tornava os vitrais semelhantes aos quadros. Sua utilização ampliou-se dos espaços públicos, em especial das igrejas, para os ambientes privados, como palácios e sedes de corporações. As representações neles contidas se estenderam, então, para a heráldica, para as epopeias, para as caçadas e para a mitologia.
No Estado de São Paulo, a utilização de vidros coloridos e pintados, montados em perfis de chumbo para decoração e iluminação de ambientes, correspondeu à fase moderna do desenvolvimento da arte de produzir vitrais. Na capital, ampliou-se a partir da virada do século passado, com a expansão de novos bairros, a monumentalização dos edifícios públicos e o requinte arquitetônico das residências.
Até hoje vitrais de edifícios públicos paulistanos, como os do Palácio da Justiça e do Mercado Municipal, causam admiração pela proporção, beleza e integração com o projeto arquitetônico. Representando temas históricos ou referentes às funções públicas dos edifícios, as imagens formam um conjunto das representações que, a partir do fim do século anterior, criaram e reafirmaram um perfil de São Paulo diante do Brasil.
Sob esse ponto de vista, os vitrais, além de peças de arte, constituem importantes documentos históricos. Eles nos falam do forjar de ideias que se tornaram referência e moldam nossa relação com o passado e com o presente, justificando papeis e responsabilidades sociais. Produtos materiais de cultura, parte de nosso patrimônio histórico e objetos de fruição de beleza, os vitrais expressam por meio do poder das imagens a tradição, a excelência econômica e cultural de São Paulo, o trabalho, a determinação e o progresso.
Outras possibilidades de criação do vitral podem ser observadas no Mercado Municipal de São Paulo, 1933, que apresentam um tom quase jornalístico a temática dos vitrais. Ali aparece o homem flagrado no momento de seu trabalho: alimentando animais de criação, colhendo café, transportando bananas, tocando o gado. Cenas da agricultura, avicultura, pecuária, mostrando agricultores trabalhando de forma bem rudimentar, numa época anterior à mecanização. Tudo retratado dentro de um realismo fotográfico no que diz respeito à paisagem, à proporção e à profundidade dos elementos representados, buscando a autenticidade das informações. 

Cenas do cotidiano da vida no campo na décade de 30

Plantação de café

Agricultores trabalhando na lavoura 

A colheita e o  transporte de bananas

Boiadeiro conduzindo a manada de bois através do rio

Os 5 vitrais que retratam cenas da vida no campo, estes foram criados por Conrado Sorgenicht Filho que já tinha a tradição na família, cuja técnica foi trazida da Alemanha no século XIX pelo seu pai, Conrado Sorgenicht.
Conrado Sorgenicht (filho) andou pelas fazendas do interior do Estado de São Paulo, acompanhado de seu filho Conrado (neto), que já trabalhava no ateliê desde 1922, fotografando lavouras para registrar as ferramentas utilizadas, os meios de transporte, os animais de pequeno porte sendo criados soltos. Inspirados nestas fotos, o vitral foi criado.
A criação dos vitrais levou 5 anos. Os vitrais foram restaurados no final dos anos 80 por Conrado Sorgenicht neto.



Textos extraidos dos sites:

A arquitetura neoclássica

A transformação da arquitetura barroca para a arquitetura neoclássica em 1750 à 1900 aconteceu em meio a transformações sociais ocorridas com o iluminismo, com a revolução francesa, entre outras que garantiram novos ideais da época como a retomada a equilibrada e democrática antiguidade clássica, teve início na França e na Inglaterra sob a influência do arquiteto Palladio.

No Barroco a natureza era integrada a arquitetura como um ornamento, portanto agora essa forma de constituir arquitetura foi substituída por uma separação que distanciou o homem da natureza Os artistas neoclássicos queriam substituir a trivialidade do barroco e rococó por um estilo lógico, de tom solene e austero. O Neoclassicismo foi concebido por duas razões: a primeira foi o avanço do homem em controlar a natureza e a segunda foi uma mudança na maneira de pensar do homem como conseqüência as transformações que ocorriam naquele momento que originaram uma nova cultura apropriada para ao estilo de vida burguês, já q a aristocracia era decadente as encomendas já não vinham do clero e da nobreza, mas da alta burguesia, mecenas incondicionais da nova estética. Neste contexto houve o estimulo da maior produção e novos conhecimentos que despertaram novas instituições técnicas e também o aparecimento de ciências humanistas do Iluminismo. Quando os movimentos revolucionários estabeleceram repúblicas na França e América do Norte, os novos governos adotaram o neoclassicismo como estilo oficial por relacionarem a democracia com a antiga Grécia e República Romana.

Então os arquitetos procuraram reavaliar a antiguidade sem simplesmente copiar, com a ajuda da arqueologia foram feitas escavações na Grécia e Roma, então arquitetos, pintores e escultores encontraram um modelo para seguir e obedecer aos princípios básicos dessa arte, ,assim foi possível a realização da obra de um arquiteto chamado Giovani Battista Piranesi que defendia a elevação da arquitetura em seu mais alto nível através dos etruscos e romanos(anteriores aos gregos), essas qualidades adquiriram força graças a infinita grandeza das imagens que retratou.

Na Inglaterra o Paladianismo se inicia com o conde Burlington, mas em 1750 começam a buscar assiduamente a base da arquitetura romana. No final do século XVII Claude Perrault questiona a validade das proporções vitruvianas do modo como elas foram recebidas e apuradas pela teoria clássica. A contestação da ortodoxia vitruviana foi codificada por Cordemoy, o qual substituiu os atributos vitruvianos da arquitetura pelas três características: ordem, distribuição e conveniência que se baseiam na proporção correta do clássico, a sua perfeita disposição e a sua adequação, nisso ele se preocupava com a pureza geométrica e acreditava que as construções em grande parte não pediam ornamento, o abade Laugier reinterpretou Cordemoy e propôs uma arquitetura universal a “cabana primitiva”, a qual consistia em quatro troncos de árvore que sustenta um telhado rústico, as colunas deveriam ser o mais possível fechadas por vidros, e assim Jaques German Soufflot o fez no projeto da igreja de Sainte Geneviève(figura 1), em Paris.

J.F.Blondel, após abrir sua escola de arquitetura em 1743, se tornou o mestre da chamada geração “visionária” de arquitetos” entre eles Ledoux. Blondel no seu curso de arquitetura, refere-se a Sainte Genevieve, outro arquiteto que influenciou o movimento foi Boullée que é autor de edifícios tão vastos que eram impossíveis de serem colocados em pratica, em meio disso a era napoleônica pedia estruturas úteis de grandeza, autoridade e realizadas de maneira mais econômica possível, assim Boullée com seus vastos volumes foi estudado para a obtenção da arquitetura daquela ordem, naquele momento. Ledoux projetou a fabrica de sal semicircular que foi um dos primeiros experimentos de arquitetura industrial, ele ampliou a idéia de uma fisionomia para a arquitetura a fim de simbolizar a intenção social com símbolos convencionais ou isomorfismo.

Assim temos vários exemplos de arquitetos das novas instituições burguesas que sofreram essa transformação, entre eles está Schinkel que foi influenciado pelo gótico com sua experiência na Itália, porém a combinação de idealismo político e orgulho militar exigiu uma busca ao clássico. A linha Neoclássica de Blondel foi retornada em meados do século XIX na carreira de Henri Labrouste, este foi nomeado arquiteto da biblioteca Sainte Genevieve(figura 2) em Paris, essa obra implicava em uma nova estética, cujo potencial só seria realizado na obra construtiva do séc. XX. Em meados do séc XIX o neoclássico se dividiu em dois, o classicismo estrutural(de Labrouste) e o Romântico( de Schinkel), a primeira se concentrou em obras como prisões, hospitais, estações ferroviárias e a outra em museus, bibliotecas,etc. temos um exemplo do classicismo estrutural com Auguste Choisy com seu Tratado da arte de construir, também tinha sua concepção gráfica que era compreendida em planta, corte e elevações, a qual foi apreciada pelos pioneiros do Movimento Moderno na virada do século. Choisy encontra seu paralelo na caracterização do dórico com estrutura de madeira transposta para a alvenaria, o mesmo foi praticado pelo seu discípulo Perret que detalhou suas obras de concreto armado no estilo tradicional da madeira. Julien Gaudet que em seu curso Elementos e teoria da arquitetura influenciou Perret e Garnier na escola Beaux Arts, com eles os princípios da composição elementarista clássica passaram aos arquitetos pioneiros do século XX.

Descrição: Arquitetura-neoclássica-1

Figura 1- Igreja de Sainte Geneviève, em Paris.

Descrição: Arquitetura-neoclássica-2

Figura 2- Biblioteca Sainte Geneviève, em Paris.

Referencias:

FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo, Martins Fontes 1997

GIEDION, Sigfried. Espaço, Tempo e Arquitetura. São Paulo, Martins Fontes, 2004

BENEVOLO, Leonardo. História de la arquitectura moderna; trad. M. Galfetti e J. D. Atauri – 2ª ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1974. Edição em português . História da Arquitetura Moderna. São Paulo, Editora Perspectiva. 3ed. 2001.